sábado, 31 de dezembro de 2011

Agora o estado contrata caciques para garantir festa de final de ano!



Chuva só estiou 35 minutos antes do início da contagem regressiva

Queima de fogos no Rio vista do Laboreaux, na Rocinha, onde choveu bastante
MÁRCIA FOLETTO / O GLOBO
RIO - Não houve reza que conseguisse conter os céus, e os dois milhões de convidados do réveillon de Copacabana tiveram que aguardar a contagem regressiva debaixo d’água mesmo. A chuva, que começou a cair por volta das 19h, apertou a partir de 21h, assustando o público, que só retornou para a areia com a estiagem, às 23h25m. Assim, no lugar dos tradicionais trajes brancos, as capas coloridas invadiram as ruas, mudando o figurino oficial da festa.
Pelo quarto ano consecutivo, o mau tempo causou apreensão no último dia do ano — e, desta vez, a chuva não deu trégua. A preocupação maior dos organizadores ontem, no entanto, não era com a água, mas com o vento. Rajadas de até 52km/h dificultaram o deslocamento e até mesmo o alinhamento das 11 balsas, ameaçando a queima de fogos.
(E agora o que interessa)
Cobra Coral trabalhou só para segurar o vento
Convocada pela prefeitura para tentar garantir o tempo bom na virada do ano, a Fundação Cacique Cobra Coral garante que não falhou. O porta-voz da entidade, Osmar Santos, disse que no início da noite a médium Adelaide Scritori, que afirma incorporar o espírito do cacique Cobra Coral — capaz de controlar o tempo — foi procurada pelo alto escalão da prefeitura com outra missão.
— O vento passou a ser prioridade. O importante era garantir a queima de fogos. Dona Adelaide foi levada do hotel onde ficamos em Copacabana até as balsas. Fez seu trabalho para controlar a situação e retornou à terra firme — disse Osmar.
O balão da Lei Seca, no Leme, que seria uma atração nova neste réveillon, não operou durante a noite, por causa do vento e da chuva. O mau tempo também prejudicou a visibilidade de quem estava nas lajes dos morros próximos. A umidade do ar, aliada à queda da temperatura e à precipitação, provocou fumaça durante a queima de fogos.
Assim que a chuva apertou, uma avalanche de ambulantes carregando capas de chuva invadiu a Avenida Nossa Senhora de Copacabana e a Rua Barata Ribeiro. Apostando na previsão do tempo, o ambulante Tiago da Cruz, de 25 anos, vendeu mais de 200 em menos de quatro horas:
— Não tem erro. Com cerveja e capa de chuva, eu sempre começo o ano seguinte melhor do que o ano anterior. E, pelo visto, 2012 vai ser ótimo.
Tiago contou que comprou as capas a R$ 2,50 cada no Mercado Popular da Saara para revender por R$ 5.
Em frente ao número 840 da Avenida Atlântica, no Leme, a área externa de um estabelecimento que está fechado para obras virou abrigo para a turma que tentava fugir da chuva. Os postos de gasolina da orla também viraram pontos de refúgio de quem comemorava, assim como os espaços sob as marquises dos prédios residenciais e dos hotéis.
Na Lagoa, o mau tempo esvaziou a festa. Assustados, com a chuva e o vento, muitos deixaram o local ainda antes da contagem regressiva. Flanelinhas agiram livremente na Avenida Epitácio Pessoa, próximo ao Corte do Cantagalo.

O GLOBO
Publicado:
1/01/12 - 0h25
Atualizado:
1/01/12 - 1h33


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