segunda-feira, 29 de abril de 2013

Sem neurose!!!

Ontem, rodando os canais, vi um pedacinho do Fantástico, falavam de como sobreviver sem empregada. O personagem da história era uma família de classe média com dois filhos. Uma casa muito organizada e graças aquela pessoa que não é da família mas vive junto. Só escutei uma frase: - antes ela fazia tudo, agora já tenho que fazer algumas coisas. Chegava de noite eu pedia: dá um banho no fulaninho. Agora ela tem horários.

Pensei comigo: que crise que esse pessoal passa pra fazer o óbvio. 

Eu nunca entendi o barato de se delegar um filho a terceiros. Fui criada por empregada. Empregada? Uma pessoa que cria é empregada? Acho que não. Não há dinheiro que se pague para este tipo de emprego. E mais, a tal empregada deixava seu filho em creches ou em casas de cuidadoras para cuidar de nós para ganhar um salário e mais algumas coisinhas. Isso nunca ficou muito claro na minha cabeça. Eu a tenho como mãe, meu sentimento por ela vai muito além do profissional. Nas minhas lembranças infantis é ela que está presente. Tive outras babás depois que cresci, na verdade cuidavam do meu irmão, e nessas percebi a parte péssima de se ter alguém de fora cuidando dos filhos, eram meninas adolescentes que não sabiam cuidar nem delas, como cuidariam dos filhos dos outros? Isso não é óbvio?

Quando minha filha nasceu ninguém da minha família entendeu muito bem a minha reação quando disse que não queria uma pessoa pra cuidar da minha filha. Eu mesma faria isso. Falta de dinheiro? Acho que não, se alguém cuidasse da Alice eu não sairia do meu trabalho. Mas resolvi criá-la. Medo da violência? Um pouco, quem sabe. Mas o meu medo maior era não poder passar os valores pra ela. E mais, se a tal empregada fosse ruim, como as babás do meu irmão, tratariam ela mal. Mas poderia ser boa, como a Iraci, aí eu morreria de ciúmes. É minha filha (e do meu marido)!

Ela poderia também ficar numa escola, seria uma opção mais adequada, mas aí eu teria pouco tempo com ela. E preferi eu cuidar dela, da casa, do marido... Acha que é muita coisa? 

Não é. Não consegui ficar parada intelectualmente e profissionalmente. Nos primeiros meses de vida dela, fiz uma pós. Meu marido ficava com a Alice numa sala ao lado para eu amamentá-la. Depois da pós comecei um curso de pedagogia, mas graças a vários fatores não segui em frente. Eu tive tempo de repensar minha carreira. Fiz cursos técnicos de design gráfico, pude estudar a parte teórica e consegui me reciclar enquanto criava minha familinha. 

Hoje em dia eu continuo cuidando da casa, da filha, do marido (que me ajuda e muito), de mim e além de jornalista também sou design gráfico. Nem diarista tenho mais, o que está me fazendo falta, já que não limpo vidros (acho que terei uma para essas tarefas). Não sei, ando com preguiça de ter que lidar com elas.

E, se não for neurótico, dá pra viver muito bem sem elas. Apesar que se a Iraci quisesse, eu até que deixaria cuidar da Alice...mas agora ela está curtindo a vida dela. Adoramos ir na casa, é como se fosse aquela antiga casa de vó: com pomar, horta e galinheiro!!!
Iraci com a Alice





   

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Mortos Vivos

Todos remetem à foto histórica do rapaz que parou o comboio de tanques chineses no evento conhecido como "O Massacre da Praça Celestial". Mas, poucos tem conhecimento da ação desta mulher, em 1968, que se colocou à frente do comboio do exército durante uma passeata contra o regime militar no Rio de Janeiro. Ninguém sabe de Vanja Orico. Fotografia de Gervásio Batista, em 7 de novembro de 1968.



Nossa história, tão esquecida...Ontem um rapaz disse que não se arrisca pra mudar a sociedade, mas não perde tempo em se divertir pra tal. Claro que com diversão nada mudará.

Logo percebo que a ditadura venceu, através do entretenimento e do medo,todos tem medo. Eu não tenho medo de lutar, ser presa ou até mesmo morrer, eu tenho medo de deixar esse mundo ridículo e super hiper controlado pra minha filha. Claro que algum idiota vai falar: que adianta se morrer? E quem disse que obrigatoriamente se morre na luta? E se morrer, não valeu a pena? Será mesmo que a vida é só esse mijar/ cagar eterno?

Vou passar uma vida toda me lamentando por ter como companheiros de mundo seres bundões! Não é a toa que está tão na moda os tais zumbis.