sexta-feira, 30 de março de 2012

Narciso acha feio o que não é espelho!



O inglês e a escola narcísica
A verdadeira enxurrada de palavras inglesas na sociedade brasileira mostra o alcance da dominação cultural que submete a linguagem e a mentalidade coletiva de um povo. As belas palavras da língua portuguesa são substituídas pela estúpida cacofonia do anglicismo, denotando a corrupção da cultura nacional. O governo francês recentemente enviou projeto de lei ao Congresso daquele país proibindo o uso indiscriminado de expressões inglesas em propagandas e publicações. O texto foi aprovado. Mas, no Brasil, a proteção da nossa cultura linguística diante da engrenagem sígnica da consumologia corruptora de valores e tradições está longe de acontecer. A maquinaria de signos e fetiches imposta pela dinâmica do capitalismo de consumo também colabora no desenvolvimento do chamado caráter narcísico individual e grupal.
Metamorfose de Narciso -  Salvador Dali

O funcionamento narcísico do caráter é a forma mais ajustada ao desenvolvimento da parafernália consumológica. Narciso não é somente a mitologia do espelho, mas, igualmente, a vaidosa afirmação individualista com a negação concomitante da importância das outras pessoas. A arrogante personalidade narcísica busca o prestígio na marca-grife numa desenfreada competição invejosa, na qual a aparência do objeto é mais importante do que sua utilidade real.
Por outro lado, a inveja, irmã siamesa do ódio, determina uma rancorosa atitude contra as pessoas consideradas hierarquicamente inferiores. Qualquer pequena diferença em relação à moradia ou ao bairro ou à marca do automóvel é razão suficiente para determinar o lugar que na coletividade cada pessoa deve ocupar. As campanhas de inclusão vão na contramão deste processo que por natureza é excludente.

Os grupos humanos na economia, na política e na academia têm uma tendência a se diferenciar pelo patrimônio, pelo nível de poder alcançado e pelo saber acumulado. Na coletividade isso faz com que os sudestinos se acreditem mais importantes que os nordestinos enquanto em Fortaleza, quem está trepado nas Dunas, olha com desprezo os da Parquelândia. As zonas de consagração acadêmica e literária do sul-sudeste tendem a menosprezar os literatos e cientistas do norte-nordeste.

O fetichismo consumista estimula o ódio destrutivo tanto na paz quanto na guerra. A crueldade do indivíduo ou do grupo nas condições do narcisismo estimulado pela mídia torna-se um problema de saúde pública tanto no trânsito quanto na escola. A vestimenta ou a mochila do colega são signos de status que estimulam a ira narcísica de uns e a revolta ou submissão de outros. A maldade dessa situação é tanto maior porque as pessoas com menor poder aquisitivo entram em desespero para atender às solicitações dos filhos.

Por outro lado, como na hierarquia consumológica o saber é menos importante que a aparência, os grupos desenvolvem refinadas técnicas de falsificação e mentira. Os que não entram na vulgar jogatina são tidos como esquisitos e na escola são chamados de nerds. O verbo inglês to bully significa amedrontar alguém para obrigá-la a fazer algo. Assim, o grupinho narcísico inconsciente das suas próprias fantasias tenta enquadrar ou expulsar “o diferente” que se tornou incômodo. O problema desta engrenagem consumista é que não há como parar a máquina senão destruindo-a.
A situação limite implica que dentro do contexto capitalista é impossível por fim a tal loucura. O mecanismo é tão extraordinariamente desumano que impede a ligação afetiva entre as pessoas, ao mesmo tempo em que anula a capacidade crítica do pensamento humano. As imagens substituem o discurso que a escola e a academia tentam por em marcha. Desde cedo, as crianças são condicionadas para, no futuro, se tornarem consumidores compulsivos, meta ideal desta engenhoca terrorífica.

Os escolares divididos hierarquicamente em grupos narcísicos marcados por pequenas diferenças invejam os considerados superiores, enquanto desprezam todos aqueles imaginados abaixo da escala estatutária. A crueldade infantil estimulada cria nas crianças estúpidas desigualdades, enquanto a juventude em desespero encontra no crack e na cocaína a ilusão da felicidade.

Valton de Miranda Leitão - Psicanalista

sexta-feira, 23 de março de 2012

Realidade? What is this?

Coisas que eu gostaria de mudar:
  • o barulho - o barulho é incessante, pra que tantos carros, motos, caminhões? E pq alguns insistem que o barulho é o espelho de sua potência (ou falta dela)?
  • a ineficácia de atitudes - transformar a bundisse brasileira em ação; 
  • noção de bem estar social - mostrar que enquanto alguém for infeliz, todos serão;
  • alucinação coletiva - eles insistem em acreditar que pedaços de papéis coloridos podem fazê-los felizes;
  • liberdade - é tão difícil assim ser livre? Quando há a possibilidade de haver liberdade, de qualquer tipo, um monte de gente precisa reclamar? Precisamos de leis, regras e mais regras pra mostrar como devemos viver? Isso virou uma loucura. Nos empurram goela abaixo como devemos viver. E se caso vc achar ruim, problema é seu, se retire. Então tá todo mundo feliz? Temos todas as nossas necessidades sanadas. 
Mas quais são as nossas necessidades mesmo?
  • Prioridades - Uma coisa leva a outra. Para uns, as necessidades básicas são diferentes das dos outros. Mas, nunca vou entender porque um carro 0KM é tão importante. Juro que tento. Já até me forcei a pensar assim. Mas não rola. Um carro 0KM, é só para ostentar, sujar o mundo e gastar $ a toa. E acho muito engraçado esse negócio de ostentar, é algo tão infantil: eu tenho, vc não teeeem...kkkkkkkkk. .
Bem, sei que eu não posso mudar essas coisas. O mundo sempre foi assim. Acho q era até pior. Não sei, é agora que vivo. Sei por livros, histórias, sempre por um ponto de vista. Mas atualmente tem a particularidade da publicidade, do viver numa total ilusão. 

Todos no mesmo filme, com seus devidos papéis. E para que questionar ou mudar isso? Não estou passando fome. Tô feliz, que se dane se meu vizinho tá se estrebuchando de agonia. Ele que não trabalhou, estudou, é um preguiçoso infeliz. Eu trabalho 8, 9 horas diárias. Pago minhas contas e claro que tenho que ter tempo para meu lazer. 

Não importa o contexto.  

quarta-feira, 21 de março de 2012

Eu gosto de CUritiba

Já que é pra homenagear Curitiba, eu tbm tenho amor por ela. Mas um amor deferente. Não sou mto apegada as coisas materiais, e isso acaba refletindo na minha vontade de mudar.
Mas aqui que cresci e tbm aqui que aprendi a me defender. Quem saiba uma defesa por inimigos invisíveis, ou apenas camuflados.
Curitiba, uma cidade que me mostrou dois lados. O lado do bonzinho que tem sua maldade da cerne, e do malzinho que tem sua bondade na alma. Um deseja mostrar pro outro o que defendem. E se completam. Como um perfeito atletiba.
http://www.youtube.com/watch?v=dwGjvj8TpCs

sexta-feira, 2 de março de 2012