sábado, 31 de dezembro de 2011

Agora o estado contrata caciques para garantir festa de final de ano!



Chuva só estiou 35 minutos antes do início da contagem regressiva

Queima de fogos no Rio vista do Laboreaux, na Rocinha, onde choveu bastante
MÁRCIA FOLETTO / O GLOBO
RIO - Não houve reza que conseguisse conter os céus, e os dois milhões de convidados do réveillon de Copacabana tiveram que aguardar a contagem regressiva debaixo d’água mesmo. A chuva, que começou a cair por volta das 19h, apertou a partir de 21h, assustando o público, que só retornou para a areia com a estiagem, às 23h25m. Assim, no lugar dos tradicionais trajes brancos, as capas coloridas invadiram as ruas, mudando o figurino oficial da festa.
Pelo quarto ano consecutivo, o mau tempo causou apreensão no último dia do ano — e, desta vez, a chuva não deu trégua. A preocupação maior dos organizadores ontem, no entanto, não era com a água, mas com o vento. Rajadas de até 52km/h dificultaram o deslocamento e até mesmo o alinhamento das 11 balsas, ameaçando a queima de fogos.
(E agora o que interessa)
Cobra Coral trabalhou só para segurar o vento
Convocada pela prefeitura para tentar garantir o tempo bom na virada do ano, a Fundação Cacique Cobra Coral garante que não falhou. O porta-voz da entidade, Osmar Santos, disse que no início da noite a médium Adelaide Scritori, que afirma incorporar o espírito do cacique Cobra Coral — capaz de controlar o tempo — foi procurada pelo alto escalão da prefeitura com outra missão.
— O vento passou a ser prioridade. O importante era garantir a queima de fogos. Dona Adelaide foi levada do hotel onde ficamos em Copacabana até as balsas. Fez seu trabalho para controlar a situação e retornou à terra firme — disse Osmar.
O balão da Lei Seca, no Leme, que seria uma atração nova neste réveillon, não operou durante a noite, por causa do vento e da chuva. O mau tempo também prejudicou a visibilidade de quem estava nas lajes dos morros próximos. A umidade do ar, aliada à queda da temperatura e à precipitação, provocou fumaça durante a queima de fogos.
Assim que a chuva apertou, uma avalanche de ambulantes carregando capas de chuva invadiu a Avenida Nossa Senhora de Copacabana e a Rua Barata Ribeiro. Apostando na previsão do tempo, o ambulante Tiago da Cruz, de 25 anos, vendeu mais de 200 em menos de quatro horas:
— Não tem erro. Com cerveja e capa de chuva, eu sempre começo o ano seguinte melhor do que o ano anterior. E, pelo visto, 2012 vai ser ótimo.
Tiago contou que comprou as capas a R$ 2,50 cada no Mercado Popular da Saara para revender por R$ 5.
Em frente ao número 840 da Avenida Atlântica, no Leme, a área externa de um estabelecimento que está fechado para obras virou abrigo para a turma que tentava fugir da chuva. Os postos de gasolina da orla também viraram pontos de refúgio de quem comemorava, assim como os espaços sob as marquises dos prédios residenciais e dos hotéis.
Na Lagoa, o mau tempo esvaziou a festa. Assustados, com a chuva e o vento, muitos deixaram o local ainda antes da contagem regressiva. Flanelinhas agiram livremente na Avenida Epitácio Pessoa, próximo ao Corte do Cantagalo.

O GLOBO
Publicado:
1/01/12 - 0h25
Atualizado:
1/01/12 - 1h33


quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Shopping pra passear? Quem te disse isso?


Na semana que antecedeu o natal, eu fui ao shopping comprar a bicicleta pra minha filha. Entrei, estacionei o carro, desci, andei até a loja, comprei. Vi que com mais alguns reais poderia ganhar o tal brinde. Como todos gostam de chocolate aqui em casa, sucumbi a tentação e fui na kopenhagen para gastar o faltante e ganhar a tal lata com o panetone (muito bom, foi uma boa escolha).

Depois de pegar a tal lata, sai. Não olhei vitrines e nem tomei um lanchinho.


Detalhe: o shopping estava cheio. Crianças corriam e deixavam seus pais loucos. Crianças querem correr. Ou você coloca a cria no parque e paga R$15 a hora, ou então vai sacrificá-lo. Ele vai ter que ver aquele monte de coisa e não pode pedir. Ou pede e leva um não. 
Ou ganha mais um lixinho pra ficar quietinho, rsrs.


Vi crianças brincando com os avós enquanto os pais estavam em filas quilométricas. Minha filha também ficou com a vó. No parque, andando descalça na grama. Tinha sol. Por que trancar seus filhos num shopping em dia de sol?

Ontem fui novamente no mesmo shopping, precisava de um short. Estava chovendo (as vezes parava) e a minha filha foi junto. E pra não sacaneá-la deixei-a no parque. Em 20 minutos comprei o tal short, na única loja que entrei. Paguei e fui embora. Não me estressei. Só tive que matar 10 minutos do meu precioso tempo para dar a tal meia hora mínima.


Mas os pais insistem que shopping é um lugar legal. Não é. A única coisa que tem no shopping são lojas. Comidas nenhum pouco saudáveis (ou você vai no saudável?). E se você não está afim de comprar, o que foi fazer lá? Ah, tem o cinema. Só o cinema. Que além de tudo agora só tem em shopping! Ainda bem que dá pra baixar e assistir em casa com um saco de pipoca praticamente de graça. 


Aliás, a única coisa que vale a pena em shopping, são as livrarias. Mais precisamente a Cultura e a Fnac, onde temos espaço para brincar com as crianças, mostrar livros e tendências culturais (apesar muitas vezes ser um amontoado de muita coisa que não vale a pena).

Mas sim, claro que você pode ir a um shopping com seu filho. Forçar ele andar ao seu lado e lhe dar um tapa caso ele faça birra. Aliás, se você der um tapa, é capaz do seu filho ir parar num orfanato. Ah, mas pelo menos lá ele terá espaço próprio para crianças brincarem e outros amiguinhos, rsrs!!!



sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Misturar faz bem!


Criança pequena necessita de regras porque ainda não consegue compreender princípios. Mas, à medida que ela vai crescendo, precisa aprender os princípios que regem a vida, para que as regras se tornem desnecessárias ou sejam utilizadas com autonomia e liberdade."


Acho engraçado a relação que as crianças tem com a natureza ultimamente. Com essa paranoia de segurança, claro que os homens se afastariam. Pois é selvagem, e tudo que é selvagem pode danificar. E quando o um ser humano é tratado como propriedade, esquece-se o resto. 







segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Cadê o pó de pirilimpimpim?

Final de ano é a época em que a sociedade ressalta sua parte animal. Como se fosse acabar o mundo pelo fato de acabar o ano. Tudo precisa estar preparado até o Natal. Como se após esse dia tudo parasse.
Mudasse?

Como uma sociedade pode mudar? Será que com a virada do ano haverá algum milagre? A fada natalina jogará um pó de pirilipinpin e todos serão felizes para sempre?

Não né? Isso não vai acontecer. E acredito que todo mundo saiba disso. Mesmo que ainda não tenha percebido.

A regra é ser animal, está no âmago dos homens ocidentais. É a luta, mesmo que disfarçada (mal e porcamente) de pró humanidade. Uns devorando os outros sem nenhum critério. E não é por fome, pelo menos não a física. 


Mas é tão fácil enganar, ou então alienar as massas. Como conseguem transformar todos num só maço de gente, fazê-los pensar tudo igual. Eu não entendo como que ficam todos conformados. Eu já entendi que perdi, to até vivendo (mais uma vez) um momento de luto, a esperança sumiu de dentro de mim. Mas não se preocupem, isso acontece periodicamente. Eu vivo minha vidinha normalmente, até que me dão a pilula vermelha do matrix e tudo fica claro. Daqui a pouco eu tomo a azul, rsrs


Porque é óbvio que não adianta eu sofrer!  

Serra e a Privataria Tucana

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

A verdadeira história do Natal


A humanidade comemora essa data desde bem antes do nascimento de Jesus. Conheça o bolo de tradições que deram origem à Noite Feliz

Texto Thiago Minami e Alexandre Versignassi

Roma, século 2, dia 25 de dezembro. A população está em festa, em homenagem ao nascimento daquele que veio para trazer benevolência, sabedoria e solidariedade aos homens. Cultos religiosos celebram o ícone, nessa que é a data mais sagrada do ano. Enquanto isso, as famílias apreciam os presentes trocados dias antes e se recuperam de uma longa comilança.
Dieu Mithra
Mas não. Essa comemoração não é o Natal. Trata-se de uma homenagem à data de "nascimento" do deus persa Mitra, que representa a luz e, ao longo do século 2, tornou-se uma das divindades mais respeitadas entre os romanos. Qualquer semelhança com o feriado cristão, no entanto, não é mera coincidência.
A história do Natal começa, na verdade, pelo menos 7 mil anos antes do nascimento de Jesus. É tão antiga quanto a civilização e tem um motivo bem prático: celebrar o solstício de inverno, a noite mais longa do ano no hemisfério norte, que acontece no final de dezembro. Dessa madrugada em diante, o sol fica cada vez mais tempo no céu, até o auge do verão. É o ponto de virada das trevas para luz: o "renascimento" do Sol. Num tempo em que o homem deixava de ser um caçador errante e começava a dominar a agricultura, a volta dos dias mais longos significava a certeza de colheitas no ano seguinte. E então era só festa. Na Mesopotâmia, a celebração durava 12 dias. Já os gregos aproveitavam o solstício para cultuar Dionísio, o deus do vinho e da vida mansa, enquanto os egípcios relembravam a passagem do deus Osíris para o mundo dos mortos. Na China, as homenagens eram (e ainda são) para o símbolo do yin-yang, que representa a harmonia da natureza. Até povos antigos da Grã-Bretanha, mais primitivos que seus contemporâneos do Oriente, comemoravam: o forrobodó era em volta de Stonehenge, monumento que começou a ser erguido em 3100 a.C. para marcar a trajetória do Sol ao longo do ano.
A comemoração em Roma, então, era só mais um reflexo de tudo isso. Cultuar Mitra, o deus da luz, no 25 de dezembro era nada mais do que festejar o velho solstício de inverno – pelo calendário atual, diferente daquele dos romanos, o fenômeno na verdade acontece no dia 20 ou 21, dependendo do ano. Seja como for, esse culto é o que daria origem ao nosso Natal. Ele chegou à Europa lá pelo século 4 a.C., quando Alexandre, o Grande, conquistou o Oriente Médio. Centenas de anos depois, soldados romanos viraram devotos da divindade. E ela foi parar no centro do Império.
Mitra, então, ganhou uma celebração exclusiva: o Festival do Sol Invicto. Esse evento passou a fechar outra farra dedicada ao solstício. Era a Saturnália, que durava uma semana e servia para homenagear Saturno, senhor da agricultura. "O ponto inicial dessa comemoração eram os sacrifícios ao deus. Enquanto isso, dentro das casas, todos se felicitavam, comiam e trocavam presentes", dizem os historiadores Mary Beard e John North no livro Religions of Rome ("Religiões de Roma", sem tradução para o português). Os mais animados se entregavam a orgias – mas isso os romanos faziam o tempo todo. Bom, enquanto isso, uma religião nanica que não dava bola para essas coisas crescia em Roma: o cristianismo.

Solstício cristão
As datas religiosas mais importantes para os primeiros seguidores de Jesus só tinham a ver com o martírio dele: a Sexta-Feira Santa (crucificação) e a Páscoa (ressurreição). O costume, afinal, era lembrar apenas a morte de personagens importantes. Líderes da Igreja achavam que não fazia sentido comemorar o nascimento de um santo ou de um mártir – já que ele só se torna uma coisa ou outra depois de morrer. Sem falar que ninguém fazia idéia da data em que Cristo veio ao mundo – o Novo Testamento não diz nada a respeito. Só que tinha uma coisa: os fiéis de Roma queriam arranjar algo para fazer frente às comemorações pelo solstício. E colocar uma celebração cristã bem nessa época viria a calhar – principalmente para os chefes da Igreja, que teriam mais facilidade em amealhar novos fiéis. Aí, em 221 d.C., o historiador cristão Sextus Julius Africanus teve a sacada: cravou o aniversário de Jesus no dia 25 de dezembro, nascimento de Mitra. A Igreja aceitou a proposta e, a partir do século 4, quando o cristianismo virou a religião oficial do Império, o Festival do Sol Invicto começou a mudar de homenageado. "Associado ao deus-sol, Jesus assumiu a forma da luz que traria a salvação para a humanidade", diz o historiador Pedro Paulo Funari, da Unicamp. Assim, a invenção católica herdava tradições anteriores. "Ao contrário do que se pensa, os cristãos nem sempre destruíam as outras percepções de mundo como rolos compressores. Nesse caso, o que ocorreu foi uma troca cultural", afirma outro historiador especialista em Antiguidade, André Chevitarese, da UFRJ.
Não dá para dizer ao certo como eram os primeiros Natais cristãos, mas é fato que hábitos como a troca de presentes e as refeições suntuosas permaneceram. E a coisa não parou por aí. Ao longo da Idade Média, enquanto missionários espalhavam o cristianismo pela Europa, costumes de outros povos foram entrando para a tradição natalina. A que deixou um legado mais forte foi o Yule, a festa que os nórdicos faziam em homenagem ao solstício. O presunto da ceia, a decoração toda colorida das casas e a árvore de Natal vêm de lá. Só isso.
Outra contribuição do norte foi a idéia de um ser sobrenatural que dá presentes para as criancinhas durante o Yule. Em algumas tradições escandinavas, era (e ainda é) um gnomo quem cumpre esse papel. Mas essa figura logo ganharia traços mais humanos.

Nasce o Papai Noel
Ásia Menor, século 4. Três moças da cidade de Myra (onde hoje fica a Turquia) estavam na pior. O pai delas não tinha um gato para puxar pelo rabo, e as garotas só viam um jeito de sair da miséria: entrar para o ramo da prostituição. Foi então que, numa noite de inverno, um homem misterioso jogou um saquinho cheio de ouro pela janela (alguns dizem que foi pela chaminé) e sumiu. Na noite seguinte, atirou outro; depois, mais outro. Um para cada moça. Aí as meninas usaram o ouro como dotes de casamento – não dava para arranjar um bom marido na época sem pagar por isso. E viveram felizes para sempre, sem o fantasma de entrar para a vida, digamos, "profissional". Tudo graças ao sujeito dos saquinhos. O nome dele? Papai Noel.
Bom, mais ou menos. O tal benfeitor era um homem de carne e osso conhecido como Nicolau de Myra, o bispo da cidade. Não existem registros históricos sobre a vida dele, mas lenda é o que não falta. Nicolau seria um ricaço que passou a vida dando presentes para os pobres. Histórias sobre a generosidade do bispo, como essa das moças que escaparam do bordel, ganharam status de mito. Logo atribuíram toda sorte de milagres a ele. E um século após sua morte, o bispo foi canonizado pela Igreja Católica. Virou são Nicolau.
Um santo multiuso: padroeiro das crianças, dos mercadores e dos marinheiros, que levaram sua fama de bonzinho para todos os cantos do Velho Continente. Na Rússia e na Grécia Nicolau virou o santo nº1, a Nossa Senhora Aparecida deles. No resto da Europa, a imagem benevolente do bispo de Myra se fundiu com as tradições do Natal. E ele virou o presenteador oficial da data. Na Grã-Bretanha, passaram a chamá-lo de Father Christmas (Papai Natal). Os franceses cunharam Pére Nöel, que quer dizer a mesma coisa e deu origem ao nome que usamos aqui. Na Holanda, o santo Nicolau teve o nome encurtado para Sinterklaas. E o povo dos Países Baixos levou essa versão para a colônia holandesa de Nova Amsterdã (atual Nova York) no século 17 – daí o Santa Claus que os ianques adotariam depois. Assim o Natal que a gente conhece ia ganhando o mundo, mas nem todos gostaram da idéia.

Natal fora-da-lei
Inglaterra, década de 1640. Em meio a uma sangrenta guerra civil, o rei Charles 1º digladiava com os cristãos puritanos – os filhotes mais radicais da Reforma Protestante, que dividiu o cristianismo em várias facções no século 16.
Os puritanos queriam quebrar todos os laços que outras igrejas protestantes, como a anglicana, dos nobres ingleses, ainda mantinham com o catolicismo. A idéia de comemorar o Natal, veja só, era um desses laços. Então precisava ser extirpada.
Primeiro, eles tentaram mudar o nome da data de "Christmas" (Christ’s mass, ou Missa de Cristo) para Christide (Tempo de Cristo) – já que "missa" é um termo católico. Não satisfeitos, decidiram extinguir o Natal numa canetada: em 1645, o Parlamento, de maioria puritana, proibiu as comemorações pelo nascimento de Cristo. As justificativas eram que, além de não estar mencionada na Bíblia, a festa ainda dava início a 12 dias de gula, preguiça e mais um punhado de outros pecados.
A população não quis nem saber e continuou a cair na gandaia às escondidas. Em 1649, Charles 1º foi executado e o líder do exército puritano Oliver Cromwell assumiu o poder. As intrigas sobre a comemoração se acirraram, e chegaram a pancadaria e repressões violentas. A situação, no entanto, durou pouco. Em 1658 Cromwell morreu e a restauração da monarquia trouxe a festa de volta. Mas o Natal não estava completamente a salvo. Alguns puritanos do outro lado do oceano logo proibiriam a comemoração em suas bandas. Foi na então colônia inglesa de Boston, onde festejar o 25 de dezembro virou uma prática ilegal entre 1659 e 1681. O lugar que se tornaria os EUA, afinal, tinha sido colonizado por puritanos ainda mais linha-dura que os seguidores de Cromwell. Tanto que o Natal só virou feriado nacional por lá em 1870, quando uma nova realidade já falava mais alto que cismas religiosas.

Tio Patinhas
Londres, 1846, auge da Revolução Industrial. O rico Ebenezer Scrooge passa seus Natais sozinho e quer que os pobres se explodam "para acabar com o crescimento da população", dizia. Mas aí ele recebe a visita de 3 espíritos que representam o Natal. Eles lhe ensinam que essa é a data para esquecer diferenças sociais, abrir o coração, compartilhar riquezas. E o pão-duro se transforma num homem generoso.
Eis o enredo de Um Conto de Natal, do britânico Charles Dickens. O escritor vivia em uma Londres caótica, suja e superpopulada – o número de habitantes tinha saltado de 1 milhão para 2,3 milhões na 1a metade do século 19. Dickens, então, carregou nas tintas para evocar o Natal como um momento de redenção contra esse estresse todo, um intervalo de fraternidade em meio à competição do capitalismo industrial. Depois, inúmeros escritores seguiram a mesma linha – o nome original do Tio Patinhas, por exemplo, é Uncle Scrooge, e a primeira história do pato avarento, feita em 1947, faz paródia a Um Conto de Natal. Tudo isso, no fim das contas, consolidou a imagem do "espírito natalino" que hoje retumba na mídia. Quer dizer: quando começar o próximo especial de Natal da Xuxa, pode ter certeza de que o fantasma de Dickens vai estar ali.
Outra contribuição da Revolução Industrial, bem mais óbvia, foi a produção em massa. Ela turbinou a indústria dos presentes, fez nascer a publicidade natalina e acabou transformando o bispo Nicolau no garoto-propaganda mais requisitado do planeta. Até meados do século 19, a imagem mais comum dele era a de um bispo mesmo, com manto vermelho e mitra – aquele chapéu comprido que as autoridades católicas usam. Para se enquadrar nos novos tempos, então, o homem passou por uma plástica. O cirurgião foi o desenhista americano Thomas Nast, que em 1862, tirou as referências religiosas, adicionou uns quilinhos a mais, remodelou o figurino vermelho e estabeleceu a residência dele no Pólo Norte – para que o velhinho não pertencesse a país nenhum. Nascia o Papai Noel de hoje. Mas a figura do bom velhinho só bombaria mesmo no mundo todo depois de 1931, quando ele virou estrela de uma série de anúncios da Coca-Cola. A campanha foi sucesso imediato. Tão grande que, nas décadas seguintes, o gorducho se tornou a coisa mais associada ao Natal. Mais até que o verdadeiro homenageado da comemoração. Ele mesmo: o Sol.

Religions of Rome - Mary Beard, John North; Cambridge, EUA, 1998
Santa Claus: A Biography - Gerry Bowler, McClelland & Stewart, EUA, 2005

www.candlegrove.com/solstice.html - Como várias culturas comemoram o solstício de inverno.


http://super.abril.com.br/superarquivo/2006/conteudo_475897.shtml

A USP É NOSSA



Quando falo acham que to ficando paranoica. É claro que a maconha foi usada pra estigmatizar, e a sociedade burra já sai julgando crendo fielmente nas imagens da TV. Os formadores de opinião desta terra sabe mto bem como trabalhar a sua opinião, duvidam do poder de persuasão da Mídia e da sua total falta de caráter.

Que tempo estamos vivendo :(

Um pouco de tudo. Tudo de um pouco...: USP: Polícia prende estudantes que sequer particip...

Eu sabia que tinha alguma coisa a mais, não se faz tanto barulho por algo rotineiro...


Um pouco de tudo. Tudo de um pouco...: USP: Polícia prende estudantes que sequer particip...: Este tipo de operação revela que há um grande aparato de espionagem política contra os estudantes e o movimento estudantil As cenas presenc...

É disso que to falando


Os banqueiros são os ditadores do Ocidente

O Primeiro-Ministro da Irlanda disse a seu povo que eles não eram responsáveis pela crise. Mas ele não disse quem eram os culpados. Já não é hora de que ele e seus colegas o digam? E os jornalistas também?

Por Robert Fisk [11.12.2011 09h00]
Tradução de Idelber Avelar
Escrevendo na região que produz mais clichês por metro quadrado que qualquer outra 'história'--o Oriente Médio--, eu deveria talvez fazer uma pausa antes de dizer que nunca li tanto lixo, tanta porcaria como tenho lido a respeito da crise financeira mundial.
Mas não vou me conter. Me parece que o jornalismo sobre este colapso do capitalismo chegou a um novo subsolo que nem mesmo o Oriente Médio é capaz de alcançar, em termos de obediência intocada e completa às próprias instituições e “especialistas” de Harvard que ajudaram a provocar o desastre criminoso.
Comecemos com a “Primavera Árabe”-- já em si mesmo um nome que é uma grotesca distorção verbal do grande despertar árabe/ muçulmano que está sacudindo o Oriente Médio—e com os paralelos falaciosos com os protestos sociais nas capitais ocidentais. Fomos inundados com jornalismo que afirma que os pobres ou os desfavorecidos no Ocidente tiraram uma “página” do livro da “primavera árabe”, que os manifestantes nos EUA, Canadá, Grã-Bretanha, Espanha e Grécia foram “inspirados” pelas enormes manifestações que derrubaram os regimes do Egito, da Tunísia e—até certo ponto—da Líbia. Isso é nonsense.
A comparação real, não é preciso nem dizer, escapou aos jornalistas ocidentais, tão prontos a exaltar as rebeliões anti-ditatoriais dos árabes, tão ansiosos para ignorar os protestos contra os governos “democráticos” do Ocidente, tão desesperados para desqualificar essas demonstrações, para sugerir que elas estão apenas adotando a última moda do mundo árabe. A verdade é um pouco diferente. O que levou os árabes, às dezenas de milhares e depois aos milhões, às ruas das capitais do Oriente Médio foi a exigência de dignidade e a recusa a aceitar que os ditadores locais, de um grupo de famílias, fossem dos donos dos países. Os Mubaraks e os Ben Alis e os Gaddafis e os reis e os emires do Golfo (e da Jordânia) e os Assads acreditavam que tinham direitos de propriedade sobre a totalidade de suas nações. O Egito pertencia à Mubarak Inc., a Tunísia à Ben Ali Inc. (e à família Traboulsi), a Líbia à Gaddafi Inc. E assim por diante. Os mártires árabes contra as ditaduras morreram para provar que seus países pertenciam a seus próprios povos.
E esse é o verdadeiro paralelo com o Ocidente. Os movimentos de protesto são, deveras, contra os Grandes Negócios—uma causa perfeitamente justificada—e contra os “governos”. O que eles realmente perceberam, ainda que de forma um pouco tardia, é que durante décadas se iludiram com uma democracia fraudulenta: votam civicamente em partidos políticos, que então entregam seus mandatos democráticos e o poder do povo aos bancos, aos seus negociadores derivados e às suas agências de classificação de risco, todos eles sustentados pela corja preguiçosa e desonesta dos “especialistas” dos "think tanks" e das principais universidades estadounidenses, que mantêm a ficção de que esta é uma crise da globalização, e não um massivo engano financeiro imposto aos eleitores.
Os bancos e as agências de classificação de risco se tornaram os ditadores do Ocidente. Como os Mubaraks e os Ben Alis, os bancos acreditaram—e ainda acreditam—que são os donos de seus países. As eleições que lhes conferem o poder se tornaram—pelo conluio e falta de vergonha dos governos—tão falsas como as urnas às quais os árabes eram obrigados a marchar década após década para ungir os seus próprios donos da propriedade nacional. Goldman Sachs e o Banco Real da Escócia se tornaram os Mubaraks e Ben Alis dos EUA e do Reino Unido, cada um deles engolindo as riquezas de seu povo em recompensas e bônus de araque para seus patrões viciosos, numa escala infinitamente mais voraz que as gananciosas famílias de ditadores árabes jamais poderiam imaginar.
Eu não precisava do documentário "Inside Job", de Charles Ferguson, na BBC-2, esta semana (apesar de que ele ajudou), para me mostrar que as agências de classificação de risco e os bancos dos EUA são intercambiáveis, de que seu pessoal se move sem sobressaltos entre agência, banco e governo. Os senhores da classificação (quase sempre senhores, claro) que deram nota AAA aos empréstimos sub-prime e seus derivativos nos EUA estão agora—através de sua influência venenosa nos mercados—cravando suas garras no povo da Europa, ao ameaçar reduzir ou retirar, das nações europeias, a mesma nota que eles haviam concedido a criminosos antes do colapso financeiro nos EUA. Eu sempre acreditei que atenuar é a melhor forma de vencer discussões. Mas, me perdoem, quem são essas criaturas cujas agências de classificação agora dão mais medo nos franceses do que Rommel dava em 1940?
Por que meus colegas jornalistas lá em Wall Street não me ensinam? Como é possível que a BBC e a CNN—e, ó queridos, até a Al Jazeera—tratem essas comunidades de criminosos como instituições inquestionáveis do poder? Por que não há investigações—o “Inside Job” começou a assinalar o caminho—desses escandalosos negociadores duplos? Isso me lembra a forma igualmente covarde em que tantos jornalistas estadounidenses cobrem o Oriente Médio, evitando, assustados, qualquer crítica direta a Israel, com a cumplicidade de um exército de lobistas pró-Likud, tudo para explicar aos espectadores por que devemos confiar nas “iniciativas de paz” dos EUA no conflito israelo-palestino, por que os bons são os “moderados” e os maus são os “terroristas”.
Os árabes pelo menos já começaram a questionar esse nonsense. Mas, quando os manifestantes de Wall Street começam a fazer o mesmo, eles se tornam “anarquistas”, os “terroristas” sociais das ruas americanas, que ousam exigir que os Bernankes e os Geithners encarem o mesmo tipo de tribunal que Hosni Mubarak. Nós, no Ocidente—nossos governos—criamos nossos ditadores. Mas, ao contrário dos árabes, não podemos tocá-los.
O Primeiro-Ministro da Irlanda, Enda Kenny, informou solenemente a seu povo, esta semana, que eles não eram os responsáveis pela crise em que se encontravam. Eles já sabiam disso, é claro. O que ele não disse foi quem eram os culpados. Já não é hora de que ele e seus colegas europeus o digam? E nossos jornalistas também?


A Corporação (2003) - Versão completa - The Corporation ( Leg. Pt-Br)




O mundo em que vivemos é comandado por grandes corporações. Quando se fala em teoria da conspiração, nada mais é do que os sócios anonimos (ou nem tanto) defendendo seus negócios. E sim, eles comandam as peças, que são aqueles caras que se dizem nossos representantes. Na verdade, nós não significamos nada, a não ser uma grande massa que garante o dia a dia dessa minoria que de reles só tem a alma, se é que eles tem isso.

domingo, 11 de dezembro de 2011

O Sonho Americano - Parte 3 de 3

O Sonho Americano Parte 2 de 3

O Sonho Americano Parte 1 de 3

O dinheiro corrompe. O poder alucina.



O que o Vaticano, o fim do socialismo soviético e a privataria tucana tem em comum?

À primeira vista, o Vaticano, o fim do socialismo soviético e a privataria tucana nada tem em comum e são considerados, por alguns,  fenômenos “isolados” no tempo e no espaço.
Porém, 3 livros publicados nos últimos 18 meses, Vaticano S.A (Gianluigi Nuzzi, Larousse, 2010),  Economia Bandida (Loretta Napoleoni, Difel, 2010)  e A Privataria Tucana (Amaury Ribeiro Jr., Geração Editorial, 2011) mostram que os 3 “fenômenos” tem em comum o modus operandis neoliberal de desvio criminoso de dinheiro público, sempre lavados por empresas ou bancos off-shores, e seu investimento em negócios legais ou espúrios,  fazendo com que de uma forma ou de outra a grana desviada volte aos corrputos e corruptores na qualidade de dinheiro limpo, legalizado no sistema bancário-financeiro internacional.
A lavanderia do Vaticano, através de seu IOR – Instituto para Obras Religiosas, também conhecido como Banco do Vaticano, pode ser considerada a mais antiga encravada na Europa continental, bem no centro de Roma.
Os esquemas relatados no livro de Gianluigi Nuzzi remontam ao papado de Paulo VI e conta como a grana ilegal de políticos,  empresários e bispos de vários países eram legalizados pela off-shore IOR, ou seja, Banco do Vaticano.
Baseado no arquivo secreto do Monsenhor Renato Dodozzi, morto em 2003), Vaticano S.A. revela escândalos políticos e financeiros da maior Instituição Religiosa do Mundo: a Igreja Católica Apostólica Romana.
O imenso arquivo do Monsenhor Dodozzi, que trabalhou no IOR, ficou guardado na Suíça até a sua morte e hoje acessível a todos, revela uma verdadeira e própria “lavanderia de dinheiro” no centro de Roma, utilizada também pela máfia e por inescrupulosos aventureiros políticos. Um paraíso fiscal que não se submete a nenhuma legislação, a não ser às sacras leis do Estado do Vaticano.
O livro mostra também como fundos “pessoais” do papa João Paulo II foram usados para financiar o sindicato polonês Solidariedade contra o regime socialista soviético.
Economia Bandida chegou ao Brasil após lançamentos de sucesso na América do Norte e Central, Europa e Ásia. Nele, Loretta Napoleoni disseca a extensa rede de ilegalidade existente no planeta – da indústria do sexo na Europa Oriental à rede chinesa de pornografia online, passando pela comercialização do Viagra e pelo tráfico de diamantes na África.
Não é um livro sobre as origens obscuras dos produtos que consumimos nem sobre as mentiras das campanhas publicitárias dos propagandistas da eterna juventude. Tampouco se trata de um manual antiglobalização ou de um manifesto pela revolução do consumidor.
Mostra o que há de comum entre o próspero comércio sexual do Leste Europeu, o escândalo dos empréstimos hipotecários podres nos Estados Unidos, a indústria chinesa de produtos falsificados e a filantropia das celebridades na África.  Descreve como biopiratas exploram a indústria do sangue, como os bandidos da pesca devastam os altos-mares, como a pornografia se desenvolve virtualmente no Second Life e como jogos como o World of Warcraft geram “suadouros” on-line, levando-nos a concluir que as indústrias bandidas estão se transformando em impérios globais e tornando-se regra descarada do sistema capitalista que antigamente procurava disfarçar-se sob negócios tidos como legais.
Mostra, enfim, como o mundo vem sendo remodelado por forças econômicas obscuras que vitimam milhares de pessoas comuns cujas vidas foram aprisionadas na fantasia do consumismo mundial. Napoleoni revela a arquitetura de nosso mundo.
Por sua vez, A privataria tucana nos traz a arquitertura de nosso Brasil “moderno” e, de maneira chocante e até decepcionante, relata a dura realidade dos bastidores da política e do empresariado brasileiro, em conluio para roubar dinheiro público.
Faz uma denúncia vigorosa do que foi a chamada Era das Privatizações, instaurada pelo governo de Fernando Henrique Cardoso e por seu então Ministro do Planejamento, José Serra. Nomes, até agora blindados pela aura da honestidade e pela imprensa nacional, surgirão manchados pela descoberta de seus malfeitos.
O livro traz os documentos secretos e a verdade sobre o maior assalto ao patrimônio público brasileiro e o trânsito de fortunas tucanas até os paraísos fiscais.
O leitor perceberá que nas 3 publicações citadas tudo é SAGRADO, desde que garanta aos  neoliberais e a seus operadores os maiores, mais fáceis e rápidos lucros possíveis, pouco importando a origem ou legalidade das operações em que eles se envolvam.
Interesses  e direitos HUMANOS, nacionais, religiosos, políticos, economicos, sociais ou populares são descaradamente atropelados em nome do rápida e absurda concentração de renda e riquezas do vale-tudo do TUDO PELO CAPITAL.


Sem hipocrisias, é assim pq é. não tem como acabar com a corrupção. o ser humano é ganancioso. o capitalismo não foi criado por ninguém, nasceu por si só. Diferente de outras vertentes como o socialismo, que pifou graças a ganancia dos que tinham poder. a nossa raça deve ser extinta, pq não vale nada.

Nossa raça = ocidentais e onde a cultura ocidental já infectou