sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Sonho de consumo

O final deste episódio não importa, o que realmente me interessa é o fato de poder mandar todos calarem a boca e ficar em paz. Este episódio nunca saiu da minha cabeça, e olha que quando passou eu era criança.
Imaginem ir ao mercado sem ter que dar satisfação a ninguém. Dormir e acordar a hora que bem entender? Poder ler um livro em paz, ou jogar mini game sem ninguém te interromper?
Quero um relógio deste, e não seria pra fazer nada de importante, apenas dormir, ler, jogar, ver um filme...

A Little Peace and Quiet
http://www.youtube.com/watch?v=bjFdix6BRZk&feature=related://

Diretor: Wes Craven

Roteiro: James Crocker

“Não seria bom se, apenas uma vez, todos se calassem e parassem de aborrecê-lo? Não seria ótimo ter tempo para concluir um pensamento ou mergulhar em um devaneio? Pensar em voz alta sem ter de explicar exatamente o que quis dizer? Se você tivesse esse poder, ousaria usá-lo, mesmo sabendo que o silêncio tem suas próprias vozes… de um lugar Além da Imaginação?”

Penny (Melinda Dillon, de O Príncipe das Marés) é uma dona-de-casa completamente atordoada com marido, quatro filhos e um cão que exigem sua atenção o tempo todo; os filhos falam e gritam, o cão late, o marido reclama, a máquina de lavar faz barulho e um dos filhos põe uma cobra na frigideira junto com o bacon do café da manhã.

Um dia, ao cuidar do jardim, ela encontra uma caixa enterrada e dentro, uma corrente e relógio dourados. Ela gosta do objeto e começa a usá-lo. Mais tarde, durante uma crise de falatório e reclamações da família, ela grita ‘Calem-se’ e todos param onde estão, ‘congelados’. A princípio ela fica espantada, mas logo percebe que aquilo é causado pelo relógio, que consegue parar o tempo. Ao dizer ‘continuem falando’, tudo volta ao normal.

Penny começa a aproveitar seu novo brinquedinho para fazer compras calmamente no supermercado, tomar o café da manhã sem gritos e correria. Mas uma noite, o marido a chama para ver uma notícia na TV: o primeiro míssil soviético acaba de entrar no espaço aéreo americano. Desesperada, Penny grita e tudo congela. Ela caminha pela cidade e vê pessoas desesperadas, carros em colisão, uma cena de caos congelado e pessoas olhando para cima. Então, horrorizada, ela vê um míssil parado no céu logo acima da cidade.

O que você faria? Viveria eternamente sozinha ou continuaria o tempo e morreria (instantaneamente)? Esse final foi mesmo arrepiante.

O epísódio não tem a tradicional narrativa de encerramento.

Ao revê-lo depois de 24 anos pude perceber que a história é um pouco datada, pois em 1985 ainda havia a Guerra Fria e a ameaça potencial de uma guerra nuclear (hoje felizmente essa é uma possibilidade remota); naquela época também havia poucos efeitos especiais disponíveis e o ‘congelamento’ dos personagens era feito à moda antiga, ou seja, marido e crianças ficam parados enquanto mamãe se espanta. Impossível manter uma criança completamente parada… Mas esses detalhes não estragam o show.
http://www.terracotabolsas.com/rato/?p=253

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