Escrever sempre foi um ato de sobrevivência pra mim.
Precisava colocar no papel tudo que sentia, fazia, pensava. E escrevi, coloquei
o que podia e o que não podia eu tinha o trabalho de criar códigos. Demorou pra
que eles fossem decifrados. Atualmente esqueço que não uso tais códigos e pior,
os escritos deixaram de estar trancafiados numa gaveta. Estão expostos a todos.
E vai além, estão jogados na cara de quem te desconhece.
Sinto-me ridícula de pensar que pessoas que nunca me viram,
ou ao menos ouviram falar mim, acabam lendo opiniões de assuntos pessoais. Tudo
bem, também leio vários desabafos e justificativas. Por quê? Sei lá!
Também exponho minhas opiniões políticas. Nunca fui muito
ouvida nesse quesito. Na verdade comecei muito nova, me decepcionei e na
primeira chance sai. Foi tudo muito rápido e tranqüilo. Quando eu percebi já
não me sentia jornalista. Gosto de escrever, mas não sou boa com gramática e
não tenho saco para regras que não impedem a comunicação. Por mim
escreveria çaco sem problemas. Mas voltando as opiniões políticas, não sei se
tenho falado demais, se o que eu falo é coerente, ou até mesmo se interessa. (E
provavelmente já não terei chance de trabalhar como assessora). É triste saber
que nenhum político serve pra eu defender de corpo e alma. De vestir a camisa.
Faria isso por dinheiro, claro. Mas política é um pouco paixão também. Não
posso defender pessoas que não acredito, não confio.
Também não sou ingênua a ponto de pensar que algo ou alguém,
além do meu marido, tenha merecimento da minha confiança. Eu gosto, simpatizo e
até defendo alguns pontos, mas sempre com o pé atrás. Não porque a pessoa seja
mau caráter. Mas porque ele está no jogo.
Pessimista eu? Imagina. Eu me decepcionei com todo o jogo
armado pra se viver em
sociedade. Ter que todos os dias levantar e escolher uma
máscara. Sorrir pra quem tinha vontade de espancar. Eu sou até educada, mas
nunca consegui ser puxa saco. E isso na política é um problema.
Não sei se vou conseguir parar de escrever no FB, mas já
deve ser um avanço (psicologicamente) eu reconhecer o vício, o problema. Por
enquanto é mais forte do que eu. Quando eu percebo já escrevi. Algumas vezes
apago. Em outras tento ignorar. Mas a mão coça e eu penso nisso como se fosse a
coisa mais importante da minha vida. Triste isso. Ficar dominada por um meio de
comunicação que me expõe e me grava para que um dia isso possa ser usado contra
mim.
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