quarta-feira, 4 de abril de 2012

Justificativa para algo sem objetivo


Escrever sempre foi um ato de sobrevivência pra mim. Precisava colocar no papel tudo que sentia, fazia, pensava. E escrevi, coloquei o que podia e o que não podia eu tinha o trabalho de criar códigos. Demorou pra que eles fossem decifrados. Atualmente esqueço que não uso tais códigos e pior, os escritos deixaram de estar trancafiados numa gaveta. Estão expostos a todos. E vai além, estão jogados na cara de quem te desconhece.

Sinto-me ridícula de pensar que pessoas que nunca me viram, ou ao menos ouviram falar mim, acabam lendo opiniões de assuntos pessoais. Tudo bem, também leio vários desabafos e justificativas. Por quê? Sei lá!

Também exponho minhas opiniões políticas. Nunca fui muito ouvida nesse quesito. Na verdade comecei muito nova, me decepcionei e na primeira chance sai. Foi tudo muito rápido e tranqüilo. Quando eu percebi já não me sentia jornalista. Gosto de escrever, mas não sou boa com gramática e não tenho saco para regras que não impedem a comunicação. Por mim escreveria çaco sem problemas. Mas voltando as opiniões políticas, não sei se tenho falado demais, se o que eu falo é coerente, ou até mesmo se interessa. (E provavelmente já não terei chance de trabalhar como assessora). É triste saber que nenhum político serve pra eu defender de corpo e alma. De vestir a camisa. Faria isso por dinheiro, claro. Mas política é um pouco paixão também. Não posso defender pessoas que não acredito, não confio.

Também não sou ingênua a ponto de pensar que algo ou alguém, além do meu marido, tenha merecimento da minha confiança. Eu gosto, simpatizo e até defendo alguns pontos, mas sempre com o pé atrás. Não porque a pessoa seja mau caráter. Mas porque ele está no jogo.

Pessimista eu? Imagina. Eu me decepcionei com todo o jogo armado pra se viver em sociedade. Ter que todos os dias levantar e escolher uma máscara. Sorrir pra quem tinha vontade de espancar. Eu sou até educada, mas nunca consegui ser puxa saco. E isso na política é um problema.


Não sei se vou conseguir parar de escrever no FB, mas já deve ser um avanço (psicologicamente) eu reconhecer o vício, o problema. Por enquanto é mais forte do que eu. Quando eu percebo já escrevi. Algumas vezes apago. Em outras tento ignorar. Mas a mão coça e eu penso nisso como se fosse a coisa mais importante da minha vida. Triste isso. Ficar dominada por um meio de comunicação que me expõe e me grava para que um dia isso possa ser usado contra mim. 

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