sábado, 29 de outubro de 2011

DESABAFO



Difícil passar por mais esta fase. Na verdade poucas vezes a vida foi fácil. Porém não me sinto desprivilegiada atualmente. O sofrimento agora é banal. Os sentimentos são mais intensos quando é abstrato. É pouco passar por algo assim, mas é muito chato. Porém o problema de falta de dinheiro vai além, no cerne, na base está toda a farsa deste mundo.
O material, o fútil e a capacidade que as pessoas têm, e eu incluída, de desperdiçar tanto viver com o dinheiro. Passar cada instante pensando em como ganhar. E depois (e esta parte eu não conheço muito bem) em como gasta-lo (na verdade conheço em como dividi-lo).
Mas não conheço bem esta última parte porque considero uma inverdade esta perca de tempo, É como se eu perdesse minha vida ao ficar pensando no material. Mas ao mesmo tempo preciso do básico do supérfluo para suportar o meio em que estou inserida.
Caso eu tivesse nascido pobre e fosse pobre, não desejaria o que não conheço. Poderia ser rica também, aí nem saberia o que gasto, de onde vem e pra onde vai.
Mas sou classe média, isso significa que tenho uma quantidade limitada para gastar de maneira equilibrada. E é este equilíbrio que falta. Por isso desperdiçamos nossas vidas.

Podemos viver com tão pouco. E não é sobreviver. Seria outro tipo de busca. Será que o objetivo de passar tantos anos vivos é apenas para gerar lucro (e ferrar com a previdência)?


Meu Deus, nos ilumine! Como está difícil suportar viver neste lugar. Como dói o sentimento do mundo. É triste. Pode ser que já tenha sido pior: guerras e pestes. Na verdade sempre foi ruim viver aqui. Doenças, guerras, manipulações, ambições. Eis o grande mal: a AMBIÇÃO. O ser humano nunca está satisfeito.
Conhecimento, dinheiro e poder. Ultimamente apenas o conhecimento para ganhar dinheiro e ter poder através dele (pouquíssimo nobre isso). E este é o único poder que rege este mundo atualmente. Mas apenas este mundo, não o que vai além.  O material é muito pouco e fulgaz para ser tão importante. Mas o que é a vida além deste contato com o material? Já nascemos com um corpo vindo de outro, de uma barriga alheia. A ligação está feita e estamos presos, durante toda a vida até a nossa morte.
Acredito que há possibilidades de encontrar mais tranqüilidade neste mundo, na própria terra. Sinto que viver nesta selva de pedra me enfraquece. Quem sabe o material que nasce da terra e não das mãos dos homens seja a minha energia.    
Sim, o mundo podia ser melhor se não houvesse tanta intervenção. Por que os seres humanos – pelo menos uma boa parte – precisam controlar tudo?
Sim, tem uma raça com esta necessidade. Eles são ferozes...e medrosos com o próprio corpo, não suportam o material terrestre e precisam cortar a ligação. Asfaltam ruas, enlatam as comidas e arrancam os pelos. Pinturas pululam pela pele. E o tempo? Difícil de controlar.
Mas controlado. Pois você não tem tempo de pensar nestas coisas.

Mas isto me invadiu.

E peço a DEUSA para que faça a sua parte e expulse esta raça que tanto a explora. Que a faz sentir dor.
Esta é uma guerra, e não escolhemos o lado. Isto é imposto pela Grande Mãe.
Por isso digo que a vida é difícil. Sou uma guerreira do lado da DEUSA, ou como os reles mortais falam: NATUREZA.

E por mais que seja difícil, pois temo a Deus, a guerra é contra este deus dos homens. Sim, temo em escrever isso. Mas estas palavras vêm do fundo do meu coração. São apenas nomes materiais para sentimentos.

Li histórias infantis da Bíblia. E me deu um sentimento de controle da alma, de pensamento. A história da criação que saímos do Édem porque a Eva experimentou o fruto do conhecimento do bem e do mal. Pó, sacanearam a mulher e o conhecimento. E a partir deste momento o homem começou a transformar tudo a seu favor, pois a Eva é a grande culpada por querer adquirir conhecimento. E as mulheres tiveram e muitas ainda têm o conhecimento, está dentro delas. Foi contra o conhecimento das mulheres que a igreja lutou por tantos anos. E venceu, claro! Agora, além de tudo, não temos tempo.
A cultura masculina, paternalista, invade a mulher e ao queimar o sutiã e trabalhar fora ela acredita que está sendo livre e sábia. Na verdade elas estão virando homens, com pensamentos rasos e fúteis. Elas precisam mostrar que até neste mundinho deles, somos melhores. Mas é uma bela perda de tempo. É claro que seremos melhores pois somos profundas e intensas.

Eu não consigo me ver perdendo meu tempo, a minha vida, atrás de dinheiro e poder. Não sei nem usar minhas “armas”. Queria ter um pouco. Quero, preciso acreditar mais neste deus e pedir dinheiro e poder. Não muito, ou melhor, que venha muito para eu poder pensar em outras coisas, respirar aliviada e parar de contar.
Pode ser apenas que dê certo ir viver num lugar que não seja necessário tanto dinheiro.
Peço com a minha alma, quero poder viver bem. Em contato com a Mãe Terra, com saúde e amor e o suficiente para que não soframos , e minha filha está incluída nisso. Ela está crescendo neste mundo. Precisa ter suporte para aprender a lutar também.
Que ela não sofra por dinheiro.

Quem saiba ela seja da mesma raça que eu e o pai dela


Carros, motos, caminhões...barulhos
Poxa, que mundo é este?









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