sábado, 11 de janeiro de 2025

O fim do mundo será compartilhado

O argumento usado por pessoas ditas progressistas, ou de esquerda, para justificar ter um iPhone, com base na ideia de que o objetivo é distribuir riquezas, me gera algumas dúvidas. Antes de mais nada, vale dizer que, nesta praça de guerra em que vivemos, sou a favor de que todas as pessoas tenham dignidade e de que nada impeça o acesso delas ao bem-estar.


Mas aí surge uma questão: se todo mundo tiver um iPhone, não teremos um problema ambiental? E ainda, esses iPhones continuariam com obsolescência programada, como ocorre atualmente? Ou poderíamos usá-los por 10, 20 anos? Quem sabe, como era com os antigos PCs, bastaria trocar algumas peças para atualizá-los com as novas tecnologias?


Outro ponto, igualmente importante: quem produziria esse volume de iPhones? Antes de respondermos a isso, é preciso resolver as primeiras questões. Porque, imagine, pra trocar de iPhone anualmente, é necessário extrair enormes quantidades de matéria-prima, trabalho também não faltaria, principalmente na extração e produção. Não na área de marketing? Pra quê convencer alguém a comprar algo que todo mundo já tem?


Por fim, quero deixar claro: meu desejo é que não precisemos de iPhones ou de qualquer outro smartphone ou produto descartável. Enquanto não encararmos esse mar de produtos como lixo — porque é isso que eles viram em tão pouco tempo —, nem mesmo uma luta de classes terá utilidade. Ou o objetivo é acelerar a destruição do mundo com todo mundo filmando e compartilhando?


Por mim, tudo bem. Assim, quando chegar a próxima atualização do celular, talvez o mundo já tenha acabado e eu não precise trocar de aparelho, tá ficando velhinho, coitado.

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