quinta-feira, 27 de maio de 2010

Morte: verdade ou ficção?

A morte é algo comum. Fico besta cada vez que alguém a considera algo de outro mundo. Como por exemplo: mas muitas pessoas estão morrendo! OH, que coisa!

Ou quando se benzem ao citar tal palavra. Será que estas pessoas não morrerão?
E a velhice? Algo preliminar a morte. Esta também é evitada de todas as maneiras possíveis. Como se tivesse saída.

Tudo bem, atualmente poucos morrem, muitos vivem. O problema é que muitos vivem muito. A morte se transformou em algo, tipo assim, quase uma mentira.

Uma vez li um livro, A Desintegração da Morte, do Orígenes Lessa, e era bem interessante. De repente a morte já não existia. Você poderia ser baleado, estripado, estar com doenças degenerativas realmente dolorosas. Mas não morria. Já pensou que absurdo viver pra sempre. Tentaram matar o cientista que conseguiu desintegrar a morte, pois a nossa sociedade esta baseada no fato de que algum dia iremos embora. Claro que ele não morreu, ficou sangrando eternamente.

A esperança que eu tenho, que me mantem digna de viver é que um dia vou morrer, tem que haver um outro lado, uma outra vida, sem capitalismo. Um lugar em que a matéria não exista, onde o capitalismo seja apenas uma lembrança má da vida anterior (tem que existir a lembrança, vai lá que mesmo depois de morto a alma invente, ou reinvente, este absurdo de se viver apenas pra ganhar e gastar).  Só falta morrer e chegar num lugar onde as bases sociais são tão hipócritas como as daqui. Será?

Não sei se acredito no céu e inferno, não sei mesmo, não me sinto no direito de duvidar, mas também não me dou a satisfação da crença, da fé. Imagino que o céu pode ser inferno pra uns, e vice versa. O meu inferno teria que ser viver eternamente aqui, gosto daqui, de algumas coisas, o que transforma este lugar num inferno é a maneira como as pessoas vivem. O ódio que sentem umas das outras, mesmo se amando se sacaneiam. Claro, não todos, mas muitos. Meu marido estava lendo um livro de 18....e alguma coisa, que falava de como era o céu, bem eu não me lembro direito, mas ele disse que lá as pessoas não precisam falar, apenas leem pensamentos. A palavra corrompe. O ser humano é incapaz de dizer o que pensa, e quando diz parece que o mundo desaba. Isso é realmente um inferno. A conciência censura as verdades. Vivemos num eterno marketing pessoal.

Temos que ser politicamente corretos e isso nos torna cada vez mais hipócritas. Não que a pessoa vá deixar de fazer alguma coisa, mas faz escondido, e mente, transforma seu dia a dia numa mentira de felicidade e entretenimento. Nada contra, mas só isso faz a miséira da alma.
A alma precisa evoluir, expandir seus horizontes, se transformar, amadurecer. Mas não pode, pois precisa ser jovem, pois ao contrário, a sensação de morte se faz presente.

É pra isso que estamos aqui, pra crescer. Não pra juntar dinheiro e poder material. Mas como fugir disso?

Nenhum comentário:

Postar um comentário